O The Institute of Internal Auditors (IIA), instituição de referência internacional sobre o tema, conceitua a auditoria interna como “uma atividade […] projetada para agregar valor e melhorar as operações de uma organização. Ela ajuda uma organização a cumprir seus objetivos, trazendo uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, controle e governança.”
Comumente ser auditado, em algumas organizações, pode ser sinônimo de aflição, agonia e até de angústia. O medo de uma avaliação do “outro”, limitador natural humano, pode transformar significativamente qualquer experiência, e na auditoria interna não é diferente. Mas então, de que forma obter bons resultados diante de tantos riscos envolvidos?
Uma cultura de aprendizado é a chave! Proporcionar um ambiente que estimule a capacidade de refletir e identificar pontos fortes e falhas nos processos é fundamental. Aliás, a auditoria interna não é um fim em si, a prática de olhar profundamente para dentro do processo, e compreender como e porque faço o que faço todos os dias na rotina de trabalho, a torna um instrumento de autoconhecimento.
“Todos ensinam, todos aprendem!” O autodiagnóstico das oportunidades de melhoria pelo auditado, contribui para o engajamento necessário à execução das oportunidades de melhoria, e este que apenas reagia às interrogações do auditor, e executava algo recomendado, a partir daí, torna-se o ator principal da mudança de seu processo, a partir de suas próprias descobertas.
Vislumbrar qual caminho trilhar a partir dessa terapia de autoconhecimento, é um dos conceitos fundamentais da Ciência da Melhoria, metodologia de referência mundial do Institute for Healthcare Improvement (IHI), que visa avançar e sustentar resultados e cuidados de saúde em todo o mundo. Ter uma meta estipulada, a partir de um objetivo claro, é um dos primeiros passos para alcançar uma melhoria. Esta clareza não é obtida por achismos ou qualquer tipo de adivinhação, e sim por dados e informações confiáveis, neste caso, fruto das constatações e lições aprendidas na auditoria interna.
Uma vez que a auditoria interna, nesta vertente, move positivamente e é mecanismo para as tomadas de decisão das equipes, faz-se necessário refletir nela enquanto processo educativo. Visto que, “a qualidade começa pela educação e acaba na educação. Uma empresa que progride em qualidade é uma empresa que aprende, que aprende a aprender.” (K. Ishikawa)
Logo, repensar e provocar mudanças nos métodos e sistematização da auditoria interna, de modo a provocar aprendizados, pode ser essencial no fortalecimento e busca de melhor performance nas organizações. A auditoria interna, como meio de conformidade e efetividade, é diferencial para a integração das partes interessadas envolvidas, aglutinando-as de modo organizado ao mesmo propósito sistêmico, essencial para a sustentação das estratégias traçadas, e para o cuidado seguro das milhares de vidas atendidas nas instituições de saúde.