O atual contexto, disruptivo e instável, demonstra-nos a necessidade de aprendizado constante e cada vez mais célere, por formatos inovadores e capazes de refletir um resultado prático e transformador da realidade e de nós mesmos. Nesse cenário, há que se cuidar ainda mais da formação específica de recursos humanos para a docência.
Ortega y Gasset já nos alertava, há décadas, sobre o risco de sermos mais informados, porém mal formados. A mediação do conhecimento é competência técnica que professores bem preparados realizam e que agregam muito valor em nossa formação integral.
O conhecimento aplicado, gerador de evidências, capaz de legitimar a teoria através de pesquisa científica conduzida por professores experimentados nessa realização, é uma via para nosso desenvolvimento. Colaborar com a produção desse conhecimento sistematizado e cooperar em sua disseminação é uma das missões de um hospital focado na educação contínua, especialmente se ele está inserido em sistemas públicos de saúde.
Assim, iniciativas que contemplem a formação de mestres e doutores fora dos centros consolidados de ensino e pesquisa para atuação na docência e/ou na pesquisa em centros de referência no atendimento em saúde devem ser buscadas e executadas com seriedade e dedicação, posto que essa inovação – novos programas de pós-graduação stricto sensu – além de reduzir assimetrias regionais, auxiliam no fortalecimento e disseminação de grupos de pesquisa.
Esse esforço conjunto de instituições de ensino, detentores dos saberes teórico-prático, também resulta em qualificação de recursos humanos para atuação no mercado de trabalho, com possibilidade de atender demandas sociais, profissionais, técnicas e tecnológicas das organizações públicas ou privadas, com aumento de produtividade e competitividade nas organizações.
Portanto, promover a cooperação entre instituições acadêmicas e/ou não acadêmicas não significa fortalecer chancelas, meramente. É valorizar a ciência como via estratégica de soluções para uma sociedade com problemas que transcendem territórios, níveis econômicos ou instrucionais. E que nos interligam em desafios prementes e que podem nos erradicar, se não decifrarmos e decodificarmos seus fatos geradores, a fim de elaborarmos as medidas saneadoras e as documentarmos em métodos, que possam ser reproduzidos, aprimorados, para perpetuar e evoluir a raça humana.