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HECAD


Autismo: especialistas do Hecad ensinam a identificar manifestações do espectro em crianças


11 de abril de 2024



No mês de conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), especialistas do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) divulgaram série de orientações aos pais e responsáveis para a identificação de sinais de alerta e formas de manifestação de TEA nas diferentes fases do desenvolvimento infantil.

A neuropediatra Jeania Souza destacou que é preciso que os pais estejam atentos ao comportamento dos filhos desde os primeiros meses de vida. “Existem sinais que podem ser observados desde muito cedo e que são importantes fatores de risco para o autismo. Por exemplo, nos primeiros meses de vida a gente espera que os bebês sorriam em resposta ao sorriso do cuidador, procurem a face da mãe no momento da amamentação, troquem olhares durante a troca de fraldas e mais tarde, por volta dos nove meses, façam movimentos com o corpo para pedir colo, gestos como mandar tchau e comecem a balbuciar”, explica a médica.

“Se a criança não emite sons, não imita ações humanas como sorrir, mostrar a língua, se o olhar não acompanha o afastamento da mãe, são sinais de alerta importantes”, disse a neuropediatra. Após o primeiro ano de vida, a psicóloga Michelly Alves ressalta que as manifestações do autismo podem ser bastante diferentes. “O TEA é um espectro de manifestação fenotípica bastante heterogênea, ou seja, existem vários sinais diferentes e que podem ser mais ou menos evidentes a depender de cada criança”, disse a profissional.

“As manifestações mais comuns são o desenvolvimento de comportamentos repetitivos e interesses restritos, como brincar com pecinhas de objetos, balançar o tronco, girar em torno do próprio eixo, não atender quando é chamado, não se interessar em brincar com outras crianças”, conta a psicóloga. “Os pacientes com TEA também podem apresentar reações exageradas diante de estímulos sensoriais, como luz, sons, cheiros e texturas”, alerta.

Diagnóstico

De acordo com a Sociedade Americana de Psiquiatria, o Transtorno do Espectro Autista afeta uma a cada 36 crianças. Para a neuropediatra Jeania Souza, é essencial que o diagnóstico seja realizado de forma precoce, para que a criança tenha acesso rápido ao tratamento. “É muito importante que as crianças sejam acompanhadas em consultas com pediatra todos os meses e que o pediatra indique tratamento multiprofissional quando identificados os sinais de alerta”, contou.

“O diagnóstico é feito analisando toda a história do desenvolvimento do indivíduo, desde a sua concepção, parto e crescimento, além de exame físico, análise do comportamento e das interações da criança com os pais e profissionais de saúde e avaliação do brincar dessa criança”, explica a neuropediatra.

“Mas mais importante que o diagnóstico é que a gente não atrase o tratamento desse paciente. As crianças possuem janelas de oportunidade para o desenvolvimento e quanto antes a gente intervir, aproveitando a plasticidade neuronal do cérebro nessas janelas, mais a gente pode modificar o caminho e trabalhar para que essa criança consiga viver em pé de igualdade com as crianças típicas”, reforçou a médica.

TEA

 O termo Transtorno do Espectro Autista (TEA) passou a ser utilizado a partir de 2013, e abarca uma fusão do que antes era denominado Autismo, Transtorno Global do Desenvolvimento e Transtorno de Asperger. “O TEA é caracterizado por dificuldades na comunicação e interação, comportamentos repetitivos e interesses restritos. A classificação única permite que o diagnóstico seja realizado de forma mais rápida e simples, para que o paciente tenha acesso ao suporte necessário com mais celeridade e com foco nos prejuízos específicos observados”, explica a psicóloga Michelly Alves.

O TEA não é considerado uma doença, mas uma condição que é parte da diversidade humana. “Antigamente, se a criança tinha um comportamento atípico ela era mantida dentro de casa. Hoje o nosso trabalho no Hecad é para que todos sejamos indivíduos capazes de viabilizar a inclusão, combater o preconceito, reduzir barreiras e proporcionar desenvolvimento para que essas crianças sejam ativas, tenham autonomia, consigam se desenvolver e sejam felizes”.