RESENHA: Experiência de quem realiza projeto de pesquisa
As profissionais do Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária Colônia Santa Marta (HDS), Fernanda Silva Rocha e Cledma Pereira Ludovico, são discentes do Mestrado Profissional em Saúde Coletiva e como última atividade da Semana de Incentivo à pesquisa, ambas relatam a experiência em produzir um projeto de pesquisa.
Para Cledma Pereira Ludovico, “a proximidade com a temática que hoje estudo, se deu em dezembro de 2013, quando a Agir assumiu a gestão do Hospital de Dermatologia Sanitária, que por muitos anos foi denominada Colônia Santa Marta (um espaço de vida e tratamento de paciente hansenianos). Nessa ocasião nosso desafio era compreender os aspectos socioculturais que envolviam os pacientes, moradores e profissionais da Unidade e também fazer a gestão dos processos com a perspectiva de melhorar todos os serviços, almejando a construção de um Hospital. Já nesse momento eu me interessei pelos fatores históricos, porque me senti mobilizada pelo contexto. Foi um mergulho incansável sobre a hanseníase, antes denominada Lepra”.
E, Fernanda relata que, “A atuação frente a assistência dentro do Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária Colônia Santa Marta (HDS) tem me proporcionado o desafio de trabalhar com inúmeras patologias e dentre essas a hanseníase. Como profissional participo diretamente de histórias de vida de pacientes moradores e ex-moradores do antigo leprosário Colônia Santa Marta e de pacientes com sequelas da doença que frequentam a unidade de saúde.
Resenhas na íntegra
Cledma Pereira Ludovico de Almeida – Mestranda em Saúde Coletiva pelo IPTSP (Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública) /UFG, Possui experiência clínica, com especialização em Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico, na área de Psicologia da Saúde, possui especialização em Saúde do Idoso e Gerontologia e na área de gestão, um MBA Executivo em Desenvolvimento Humano e Psicologia Positiva.
A proximidade com a temática que hoje estudo, se deu em dezembro de 2013, quando a Agir assumiu a gestão do Hospital de Dermatologia Sanitária, que por muitos anos foi denominada Colônia Santa Marta (um espaço de vida e tratamento de paciente hansenianos). Nessa ocasião nosso desafio era compreender os aspectos socioculturais que envolviam os pacientes moradores e profissionais da Unidade e também fazer a gestão dos processos com a perspectiva de melhorar todos os serviços, almejando a construção de um Hospital. Já nesse momento eu me interessei pelos fatores históricos, porque me senti mobilizada pelo contexto. Foi um mergulho incansável sobre a hanseníase, antes denominada Lepra.
A lepra, por longo tempo, foi considerada incurável, o que forçava a adoção de estratégias de isolamento dos doentes em leprosários. Meu estudo traz o cenário de investigação sobre o leprosário, instituição segregadora inaugurada em 1943, que teve o intento de acolher e cuidar dos pacientes com lepra. O objetivo do meu trabalho é apresentar dados de investigação documental da antiga Colônia de leprosos e discorrer sobre a motivação que determinou que alguns profissionais se envolvessem com os trabalhos na Colônia Santa Marta. O método utilizado foi a busca manual e análises reflexivas sobre a base documental do antigo Leprosário e também entrevistas semiestruturadas aos profissionais que trabalharam na Colônia no período de 1970 a 1980. Como resultado parcial, pois a pesquisa ainda está em curso, destaca-se o fato de que os prontuários mais antigos dos pacientes eram bem estruturados e atendia ao método de anotar informações provenientes do processo de atendimentos de modo cronológico e sistematizado, contudo sem identificação dos profissionais que os fizeram. Registros descritos nos prontuários e na forma de história oral, corroboram sobre a enfermidade lepra, que determinou a política de saúde pública da época e compôs a história da saúde no Estado de Goiás.
O mestrado profissional em Saúde Coletiva pela UFG objetiva a capacitação qualificada e a transferência de conhecimentos de práticas avançadas, inovadoras e transformadoras da saúde pública. Para a Instituição HDS, ter um número maior número de pesquisadores é muito importante, pois é uma forma a atender às demandas da política em saúde com vistas ao desenvolvimento nacional, regional e local.
Fernanda Silva Rocha – Mestranda em Saúde Coletiva pelo IPTSP/UFG. Especialista em Fisiologia do Exercício pela PUCGO. Especialista em Fisioterapia Hospitalar pela Universidade São Marcos. Graduada em Fisioterapia pela PUCGO. Fisioterapeuta do Hospital de Dermatologia Sanitária Colônia Santa Marta.
A atuação frente a assistência dentro do Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária Colônia Santa Marta (HDS) tem me proporcionado o desafio de trabalhar com inúmeras patologias e dentre essas a hanseníase. Como profissional participo diretamente de histórias de vida de pacientes moradores e ex-moradores do antigo leprosário Colônia Santa Marta e de pacientes com sequelas da doença que frequentam a unidade de saúde. Histórias repletas de estigmas, sequelas físicas, preconceitos, exclusão social e vulnerabilidades.
A possibilidade de pesquisar sobre a hanseníase no Mestrado Profissional tem possibilitado o aumento do potencial de geração, difusão e utilização do conhecimento a respeito das estratégias de enfrentamento da hanseníase, em um município do Estado de Goiás, pelos atores sociais envolvidos neste contexto, bem como a colaboração para a formulação de novas políticas públicas que garantam a sustentabilidade econômica, política e social do programa de tratamento e controle da hanseníase no estado de Goiás.
O Mestrado Profissional em Saúde Coletiva pela UFG, modalidade de Pós-Graduação stricto sensu, é voltada para a capacitação de profissionais nas diversas áreas do conhecimento e, do ponto de vista de políticas públicas, tem como finalidade a formação de recursos humanos qualificados; a transferência de conhecimento para a sociedade; além da promoção da articulação integrada da formação profissional com entidades demandantes de natureza diversas, visando melhorar a eficácia e a eficiência das organizações públicas e privadas por meio da solução de problemas e geração e aplicação de processos de inovação apropriados. Cabe ressaltar que o mestre profissional tem as mesmas garantias do mestre acadêmico quanto ao reconhecimento nacional de seu título e tem validade nacional caso queira pleitear um futuro doutorado.