HCamp de Goiânia completa um ano de funcionamento
Primeiro Hospital de Campanha do Governo de Goiás completa um ano de funcionamento com ampliação do número de UTIs e atendimento de mais de 30 mil pessoas
Com assistência multiprofissional e humanizada, equipe do HCamp de Goiânia evoluiu na condução clínica dos pacientes acometidos pelo coronavírus. Unidade de saúde é referência no tratamento da covid-19 na região Centro-Oeste e tem índice de satisfação de 89.63% dos usuários
Há um ano, na noite de 26 de março de 2020, o Hospital de Campanha para o Enfrentamento ao Coronavírus (HCamp) de Goiânia abria as suas portas para a população. O local foi o primeiro a ser criado pelo Governo de Goiás para estruturação da rede de assistência aos casos de Covid-19 no Estado. Às 22h29, a unidade recebeu o seu primeiro paciente, Paulo Alves, de 72 anos, morador da cidade de Luziânia. Ele ficou internado seis dias e fez questão de deixar registrada a sua gratidão. “Esse hospital oferece um atendimento de primeiro mundo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tudo gratuito, de qualidade e em Goiás”, relatou.
Durante entrevista coletiva, em março de 2020, para confirmação dos primeiros casos da doença em Goiás, o governador Ronaldo Caiado anunciou, de forma imediata, um plano de ação para acompanhar e prevenir o alastramento da infecção no Estado, com atenção na segurança dos goianos. De pronto, ele também comunicou a abertura, em tempo recorde, do primeiro hospital de campanha estadual, em Goiânia, para assistência das pessoas infectadas. “Sabíamos que o vírus chegaria em Goiás. Agora, o que temos de fazer é trabalhar na menor incidência e termos melhores resultados”, frisou Caiado na época.
Para concretizar a abertura da unidade hospitalar, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) e a Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde (Agir), organização social definida para assumir o local, abasteceram o Hospital com recursos humanos, materiais médicos e hospitalares, insumos, equipamentos de última geração como monitores e ventiladores pulmonares, além de infraestrutura de redes lógica e de gases medicinais. O secretário de Estado da Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, acompanhou de perto todo o processo de implantação. “Buscamos otimizar cada recurso, transformando-o em atendimento à população”, ressaltou o gestor.
Ao longo de um ano, o primeiro hospital de campanha entregue em Goiás se tornou uma das referências do governo estadual na assistência das pessoas com a Covid-19. Nesse período, a unidade atendeu mais de 30 mil pacientes, sendo que 27.913 passaram pelo pronto-socorro. Ao todo, foram 5.130 doentes internados e 3.904 altas médicas hospitalares registradas. Em relação ao apoio diagnóstico, o HCamp de Goiânia realizou 8.896 tomografias; 6.399 radiografias (Raio-X); 1.581 ultrassons; 1.232 eletrocardiogramas; 12.425 testes RT-PCR para o coronavírus e 488.625 exames de análises laboratoriais.
Houve também uma expansão de 42% no número de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), passando de 70 para 100 leitos críticos, além das 80 enfermarias instaladas no local, totalizando 180 unidades de internação. O HCamp funciona ininterruptamente, 24 horas por dia, e conta com uma equipe de mais de 1 mil trabalhadores da saúde. Entre esses profissionais estão médicos das especialidades de infectologia, radiologia, cardiologia, cirurgia torácica, medicina intensiva, nefrologia, clínico geral e equipe multiprofissional completa com enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, odontólogos, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas.
Evolução do tratamento
Em um ano de funcionamento, os profissionais de saúde do HCamp evoluíram de forma considerável no manejo clínico dos pacientes assistidos. De acordo com a diretora técnica do Hospital, Marina Roriz, no início da primeira onda não existia muito conhecimento sobre o vírus para o tratamento da parte respiratória. “A intubação era feita de forma precoce e tínhamos receio de adotarmos a ventilação não-invasiva e o cateter nasal de alto fluxo. Hoje, ao utilizarmos esses dois recursos, conseguimos postergar a intubação, o que resulta em uma boa evolução clínica. Outros estudos apontam para o uso de corticoides e anticoagulantes em pacientes internados, o que tem sido a nossa base para assistência dos casos moderados e graves”, explicou a infectologista.
Para o diretor-geral da unidade, Guillermo Sócrates, o Hospital de Campanha tem entregado para a sociedade uma assistência em saúde qualificada, o que reflete no alto índice de satisfação dos usuários. Atualmente, o valor é de 89,63% e foi obtido por meio do Net Promoter Score (NPS), uma metodologia de satisfação desenvolvida para avaliar o grau de fidelidade dos usuários de qualquer perfil de instituição.
“O governador Ronaldo Caiado e a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás sempre nos deram apoio e suporte. A mobilização do Estado frente à pandemia foi exemplar para o país, pois há boa vontade e assertividade dos nossos gestores públicos. Amadurecemos muito nos últimos meses e aplicamos protocolos assistenciais seguros para os pacientes, familiares e acompanhantes durante a condução dos tratamentos. O HCamp usa a medicina baseada em evidências e nosso corpo clínico tem se desdobrado para salvar vidas e amenizar o sofrimento do próximo diante dessa crise humanitária. Nesse contexto, nossa mensagem é de alerta para a população na manutenção de medidas preventivas, como o distanciamento social, higienização das mãos e o uso de máscaras”, reforçou Sócrates.