Profissionais da AGIR discutem o tema Trabalho Seguro
A AGIR participou com nove representantes do 5º Seminário Internacional do Programa Trabalho Seguro, promovido pelo Tribunal Superior do Trabalho, cujo tema central abordou a “violência no trabalho: enfrentamento e superação”.
Durante os três dias do evento, 16, 17 e 18 de outubro, foram destacadas a necessidade da proteção do ser humano integral, que independente dos avanços tecnológicos necessita estar no centro das atenções das organizações.
Autoridades nacionais, filósofos e estudiosos de nível internacional observaram que problemas envolvendo a saúde mental tem representado o principal motivo de adoecimento do trabalhador contemporâneo, e que as políticas de proteção adotadas têm sido insuficientes para sua reversão. Os melhores resultados são observados quando são envolvidos, o Estado, as Organizações, os Sindicatos e os trabalhadores, para a real identificação das causas e o estabelecimento e um projeto de atenção integral.
A Convenção 190 da OIT foi apresentada como importante marco no relacionamento de empresas sustentáveis e trabalhadores saudáveis, considerando que as “coisas” existem para os seres humanos e não o contrário.
O estado de violência, cada vez mais evidenciado no mundo contemporâneo corrompe o ideal humano, impondo às Organizações uma intervenção transformadora, substituindo a pressão pela produção pelo prazer de produzir, especialmente ante aos novos paradigmas impostos pela velocidade da informação, que reduzem a tempo e a capacidade de reflexão acerca dos eventos cotidianos, tornando o indivíduo em um ser abstrato e comparado, com importante retrocesso da capacidade humana de ser criticado.
Nesse contexto, a simples cobrança racional de resultados pode desencadear um sentimento de perseguição e crítica, haja vista a exacerbação do individualismo e eliminando da capacidade dialógica, impondo às organizações a ampliação da capacidade de pacificar o meio ambiente de trabalho.
Reconquistar o valor da palavra, recuperar o interesse coletivo sobre o individual, eliminar o ‘eu-violento’, abolir o discurso demagógico como forma de cooptar os descontentes, cooperar mais e julgar menos, teorizar menos a não-violência e praticar a paz como condição humana de coexistência, são os caminhos da reconstrução da harmonia, da segurança e da humanidade no ambiente de trabalho. Por fim, se produção (capital) e trabalho (ser humano) são elementos indissociáveis, que a vida plena seja o elo qualificador do ‘respeito no trabalho’.