Auditoria interna remota como ferramenta para engajar pessoas
Ter pessoas engajadas, ou seja, empenhadas e dedicadas a fazer algo com afinco no ambiente de trabalho pode ser um desafio, todavia, estas contribuem diretamente para o sucesso de qualquer organização. Por isso, é importante analisarmos de que forma podemos conectar as auditorias internas para impulsionar a melhoria de resultados.
É sabido que, a auditoria interna é um instrumento de verificação da conformidade em muitas instituições, colaborando para o processo de melhoria contínua, e igualmente, esta também pode ser utilizada para ativar a mobilização dos profissionais.
Veja só, a psicologia da mudança, definida pelo IHI – Institute for Healthcare Improvement – referência mundial de métodos de melhoria da qualidade de saúde e de cuidados em saúde, como “ciência e arte da conduta humana relacionada com a transformação”, traz em sua publicação que aborda a estrutura para avançar e manter os esforços de melhoria, a “capacidade de um sujeito ou grupo para escolher atuar com um objetivo”, tornando-o “ativo ou mais ativo, ou passar de inativo para ativo”, a partir de dois componentes fundamentais: o poder e a coragem.
Juntos, o poder, aqui definido como “habilidade de agir com um objetivo” e a coragem, que diz respeito a “atuar com consciência perante um desafio”, são os propulsores principais para ativar a mobilização pessoal, ou seja, a capacidade de uma pessoa ou grupo para escolher atuar com um objetivo. O poder, intrínseco a recursos emocionais, conforme destacado pelo educador Parker Palmer, é gerado a partir do autoconhecimento, originando a vista disso, circunstâncias nas quais podemos ser mais conscientes acerca de nós mesmos e com o que acontece ao nosso redor.
E qual a relação da auditoria interna com as informações destacadas acima?
Ela cria condições que permitem às pessoas e equipes exercerem o poder e a coragem. Particularmente, na auditoria remota, aquela em que o auditor não precisa estar fisicamente no local da auditoria, ainda mais, é fundamental ter um bom processo educativo para a preparação das evidências verificáveis. Isso possibilita um momento muito além de uma sessão via qualquer software de videoconferência, pois, este planejamento prévio, contribui para que a pessoa ou equipe auditada se conheça e reveja com detalhes seus procedimentos.
A auditoria remota transforma aquela figura tradicional de auditoria que percorre as áreas em busca de respostas, com o objetivo de oportunizar a exposição das informações e dados pelo auditado já que, nesse formato, a sua participação ativa na fase de planejamento dos requisitos e riscos envolvidos possibilitam um maior conhecimento de si, da sua equipe e de sua própria área, antes mesmo de qualquer questionamento. Outrossim, essa mesma exposição espontânea pode conferir à própria pessoa, maior controle de seu processo e o seu estudo preliminar, confiança e soluções para os próximos passos rumo à melhoria contínua.
Assim, o seu empoderamento, materializado pela sua fala contundente, fruto de quem conhece o seu próprio processo, somado a sua capacidade de decisão em executar as melhorias vislumbradas, por enxergar-se nessa experiência, como parte da mudança, podem gerar um interesse ainda maior em desenhar projetos, agora cheios de novos significados. Trata-se de uma força motriz impulsionadora!
Referências:
Hilton K, Anderson A. Framework da Psicologia da Mudança do IHI para avançar e manter os esforços de melhoria. Livro Branco do IHI. Boston, Massachusetts: Institute for Healthcare Improvement; 2018. (Disponível no site ihi.org).
Gabriela Martins, Analista de Compliance e Qualidade na Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde.
