Neuropediatra do Crer participa da atualização nacional sobre diagnóstico e tratamento do autismo
O Dr. Hélio Van Der Linden Júnior, referência em neuropediatria do Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), é um dos autores da atualização do documento da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI) sobre as recomendações e orientações para o diagnóstico, investigação e abordagem terapêutica do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A publicação foi elaborada por um grupo de especialistas de diferentes regiões do país e do exterior, com o propósito de promover o cuidado ético e reforçar o compromisso da classe médica com as pessoas com TEA. O material reúne as evidências científicas mais recentes e orientações práticas para o diagnóstico e o tratamento do autismo no Brasil.
Segundo o Dr. Hélio, o primeiro documento, publicado em 2021, surgiu em um momento em que cresciam as desinformações sobre o autismo nas redes sociais. “Queríamos dar uma resposta a essas notícias falsas e aos tratamentos que prometiam curas milagrosas. Buscamos atender a essa demanda da sociedade, e isso motivou a realização deste documento.”, afirma. O neuropediatra explica que pretende atualizar o documento de forma contínua, acompanhando os avanços e descobertas da medicina.
Além de alertar sobre práticas e terapias sem comprovação científica, a nova versão do documento é mais robusta, com informações claras sobre abordagens reconhecidas cientificamente e práticas que devem ser evitadas. O material também dedica uma seção especial à diferença entre relatório e laudo médico para pacientes com TEA, um tema de grande relevância para a prática clínica.
Neste aspecto, o Dr. Hélio destacou a importância de reavaliar periodicamente os relatórios, de acordo com a evolução do paciente. “O relatório deve ser reavaliado, porque é isso que desejamos que aconteça. Queremos que a criança evolua, o diagnóstico não muda, mas a quantidade de intervenções necessárias para cada criança ou adulto pode variar. Nosso objetivo é que ela passe de uma intervenção mais abrangente para uma mais focal, de acordo com as necessidades de cada momento”, relata.
Com relação à atuação dos profissionais da área da saúde, Van Der Linden Júnior destaca que a formação desses profissionais vem evoluindo a cada dia. Para ele, os acadêmicos atualmente têm mais oportunidades de aprofundar seus conhecimentos durante a graduação, enquanto os profissionais já inseridos no mercado devem manter se em constante atualização. “Eu acredito que é uma questão de experiência e treinamento”, destaca.
Para o neuropediatra, a pesquisa científica é uma das ferramentas para combater a desinformação sobre o autismo e orientar famílias sobre os caminhos adequados de diagnóstico e tratamento. "Fico muito feliz com o resultado deste documento. Estamos abertos a críticas, sugestões de futuras atualizações e, de forma alguma, queremos dizer que este é um documento definitivo, pois a ciência muda constantemente. Este documento passará por atualizações sucessivas", ressaltou Dr. Hélio. O documento completo está disponível no site da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI) e pode ser acessado gratuitamente por profissionais e interessados na área.