Conheça a história de perseverança do paciente residente do HDS, Aparecido Silvestre de Araújo
Força interior para gerenciar o sofrimento: conheça a história de perseverança do paciente residente do HDS, Aparecido Silvestre de Araújo
Medo. Sentimento vivido por Aparecido Silvestre Araújo de 57 anos ao chegar na Colônia Santa Marta, hoje, Hospital Estadual de Dermatologia e Reabilitação Santa Marta – HDS. “Naquela época, quando cheguei a sensação era de entrar num abismo”, relata. A narrativa de sofrimento do paciente estava associada ao sentimento de ficar confinado num lugar com pessoas desconhecidas e a de nunca mais encontrar com sua família, pois na época tinha apenas 15 anos. Sua persistência e a esperança de tempos melhores, foi primordial para superar os obstáculos impostos pela doença, e assim fez com que as barreiras se tornassem algo transponível.
Aparecido foi acometido pela Hanseníase no início da adolescência, aos 13 anos em 1976, aos 15 anos, no ano de 1978 foi levado para tratamento pela irmã Benedita Araújo, já falecida. Ele lembra com carinho que seu maior sonho era ser policial e estava prestes a fazer um curso profissionalizante quando começou os sintomas da doença. Reside na unidade de saúde há 42 anos, a experiência de ter vivido a maior parte da sua vida numa colônia, é algo que perpassa boa parte da sua existência, não casou e não teve filhos, mas conseguiu realizar um desejo, o de terminar os estudos (2º grau).
O paciente afirma que a medicação para cura da hanseníase saiu em 1982, logo em 1986 todos já estavam curados, receberam alta e aqueles que quiseram, puderam voltar ao aconchego do lar. Ele continuou na Colônia, pois já tinha perdido os pais, mas resolveu estudar e fez também um curso técnico em enfermagem, capacitação que lhe permitiu ajudar no cuidado dos outros residentes. Devido a uma ferida crônica, em 2015 descobriu que a lesão virou câncer e precisou amputar a perna. Atualmente está na expectativa de colocar uma prótese para melhor mobilidade.
Para Aparecido, se no passado houve trevas, hoje há luz, após a gestão da Agir no final de 2013, muitas transformações ocorreram, o atendimento e as mudanças para todos os residentes se baseiam na humanização e cuidado. Com o objetivo de proporcionar maior bem-estar e conforto, foi construído em 2017 uma nova estrutura física para os residentes, a qual todos apreciam, um ambiente amplo e arejado. Antes do momento pandêmico, ele recebia visitas de uma sobrinha que mora em São Luís de Montes Belos, interior de Goiás, onde também passa os finais de ano. As visitas no momento estão restritas, e o que ele mais anseia é o fim da Pandemia para poder sair e rever os sobrinhos.
Parceria que fortalece vínculo
A Supervisora de Reabilitação, Cledma Pereira Ludovico de Almeida destaca a importância da parceria com as outras unidades geridas pela Agir. “ O Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santilo – CRER, tem nos dado todo apoio para produção da prótese do Aparecido”, ela ressalta ainda que essa parceria com a rede de saúde, fortalece a assistência e beneficia os pacientes. O HDS tem ampliado seu papel no âmbito da saúde pública, com uma gestão transparente e de qualidade, sendo que a unidade se destaca cada vez mais na excelência nos serviços oferecidos.