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Crer


Educar para incluir: Crer promove ciclo de palestras a profissionais da educação


11 de novembro de 2021



A iniciativa da unidade do governo de Goiás contemplou instituições de ensino infantil da capital goiana e região metropolitana, com o objetivo de fortalecer os elos de sociabilidade dos pacientes da instituição. As inscrições para as palestras são gratuitas e abertas aos docentes que ministram aulas aos pacientes do hospital.


O processo de escolarização proporciona incontáveis novas experiências de socialização às crianças. É neste momento que elas lidam com pessoas que não configuram o círculo familiar restrito e aprendem sobre as diferenças.

Para o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, o Crer, a escola é uma importante aliada do cuidado que é oferecido às pessoas com deficiência intelectual e com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na instituição. Com o intuito de potencializar o trabalho terapêutico realizado na unidade do Governo de Goiás, a equipe Multiprofissional da Clínica Intelectual do Crer realizou, na quarta-feira (10/11) o primeiro Ciclo de Palestras sobre inclusão a profissionais da educação que lecionam a pacientes do hospital. Os encontros terão ciclos de quatro a seis meses, e serão realizados com o auxílio de plataformas de comunicação digital.

A primeira edição do Ciclo foi ministrada pela psicóloga hospitalar, Sofia Gomes M. Mustafe, e pela fonoaudióloga, Izabela G. Mendes, que atuam no Serviço de Reabilitação Auditiva e Intelectual do Crer.

As profissionais destacam que o Ciclo de Palestras tem o objetivo de construir uma ponte entre a família, a escola e a equipe de saúde, proporcionando uma reabilitação do sujeito de forma integral.

A professora do Centro Educacional Dúnamis, Jéssica Aires Araújo, ministra aula a um paciente do Crer com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Ela relata que encontra dificuldades sobre como desenvolver estratégias pedagógicas mais efetivas a esse estudante.

Para a professora, as palestras ministradas pelo Crer serão de grande valia para sua experiência como docente. “Essa é uma oportunidade incrível, porque, muitas vezes, nos falta conhecimento sobre como lidar com este estudante em sala de aula, como criar um ambiente que ele consiga desenvolver suas habilidades. Esse momento é importante para a gente poder conciliar a família, a escola e os profissionais do Crer com foco na aprendizagem desse estudante”, explica.

A Luzia Pereira M. Moreira é professora na educação infantil da Escola Municipal Moacir Luiz de Paula Brandão, em Inhumas, região metropolitana de Goiânia. Ela leciona a três pacientes do Crer com TEA e disse estar se surpreendendo com a evolução na aprendizagem desses. “Eu achei muito importante e interessante essa aproximação do hospital com a escola. O trabalho do Crer é muito especial e dedicado à criança. Nós, aqui, na escola, podemos ver essa dedicação do trabalho do hospital no comportamento dos estudantes. Fico muito feliz com esse momento”, comemora a professora.



Clínica de Reabilitação Intelectual

Atualmente, cerca de 270 pacientes são atendidos na Clínica Intelectual do Crer e parte considerável está em idade escolar. Desse modo, para atender às necessidades de cada condição e faixa etária dos pacientes, o Plano Terapêutico Singular (PTS), desenvolvido nessa clínica, é realizado por uma equipe multiprofissional com fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, musicoterapeutas e pedagogos.

Thaís Nasser Sampaio, gerente de Reabilitação Auditiva e Intelectual do Crer, explica que o perfil de atendimento dessa Clínica, em específico, dedica-se às pessoas com alguma deficiência intelectual e pessoas com TEA, as inserindo em terapias individualizadas ou em grupo. A gerente complementa que o envolvimento dos familiares no processo de reabilitação e readaptação é essencial e, por isso, o PTS dos pacientes do hospital é construído com foco na construção da autonomia e empoderamento dos pacientes e familiares.


Educação inclusiva

Há diversos aparatos legais que tratam do atendimento educacional da pessoa com deficiência no âmbito nacional e estadual, também. A exemplo disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), ainda na década de 1960, trouxe o direito à educação formal às pessoas com deficiência como prioridade.

A Lei Brasileira de Inclusão, aprovada em 2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, é um importante marco no sentido da proteção e salvaguarda ao direito da educação inclusiva em todos os níveis. Essa lei aborda o acesso à educação, além de trazer avanços significativos, como a proibição da cobrança pelas escolas de valores adicionais pela implementação de recursos de acessibilidade.

No estado de Goiás, as Diretrizes de Educação Especial passaram por atualização em 2020, alinhando-as às diretrizes nacionais. O novo formato garante a ampliação de recursos a serviços especializados, como escolas especiais, escolas bilíngues e tecnologias assistivas.