Fisioterapeuta do Hecad adota criança em internação na unidade
A pequena M.V.G. chegou à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) no mês de abril, com apenas 27 dias de vida. A criança, apta para adoção desde o nascimento, possui uma anomalia genética e foi diagnosticada com cardiopatia congênita, Síndrome de Chiari e mioelomenengocele. A pequena passou por três procedimentos cirúrgicos e segue em internação na unidade. No último mês, uma decisão judicial concedeu à fisioterapeuta Pamella Carneiro, que trabalha na UTI do Hecad, a guarda da criança.
Pamella Carneiro conta que o carinho pela pequena foi crescendo aos poucos. “Vários casais que estavam na fila para adoção foram até o hospital para conhecê-la, mas desistiam porque é uma criança traqueostomizada, que se alimenta por sonda e que precisa de uma série de cuidados”, lembrou a profissional. “O carinho por ela foi aos poucos tomando meu coração. Eu dizia informalmente aos colegas do hospital que ela era minha filha”, afirmou a fisioterapeuta.
Em junho, Pamella e a família tomaram a decisão de iniciar o processo de adoção. “Eu sempre acreditei muito na recuperação dela, sei que tem um prognóstico muito bom”, disse a fisioterapeuta. “Sair do hospital ao fim do plantão sabendo que ela continuaria ali sem ninguém da família por ela estava me deixando angustiada. Entrei com o processo, fizemos todas as etapas necessárias e então, na semana do meu aniversário, saiu a decisão”.
Segundo o supervisor da equipe multiprofissional do hospital, Lucas Machado, o amor entre mãe e filha comoveu toda a instituição. “É nítido o brilho nos olhos dela ao falar da filha, e a Pamella tem um amor imenso que é visível em cada gesto entre as duas. Ela só nos contou da adoção quando saiu a decisão judicial e ficamos muito emocionados”, afirmou o supervisor. “A M.V.G. é uma criança que irá precisar de cuidados especiais e nada mais adequado do que uma mãe que é fisioterapeuta com experiência em pediatria”, disse Lucas Machado.
Agora, a fisioterapeuta em licença maternidade em função da adoção, pode passar os dias no hospital como acompanhante da pequena. “É muito bom poder cuidar da minha filha e estar ao lado dela por mais tempo. Enquanto eu estou aqui minha mãe prepara tudo em casa para recebermos a M.V. assim que ela tiver alta”, conta.


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