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Maio Amarelo: Crer alerta sobre acidentes de trânsito e destaca importância da reabilitação especializada


12 de maio de 2025



Com o tema “Mobilidade Humana, Responsabilidade Humana”, a campanha Maio Amarelo deste ano chama a atenção da sociedade para o alto número de acidentes no Brasil. Em Goiás, a realidade não é diferente: o trânsito segue como uma das principais causas de internações por traumas graves. No Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), os reflexos desse cenário são sentidos diariamente. A instituição recebe, em sua maioria, pacientes que enfrentam sequelas físicas e emocionais causadas por colisões, atropelamentos e acidentes com motocicletas.

Além de promover ações de conscientização, o Crer desempenha um papel fundamental no processo de reabilitação de vítimas do trânsito, oferecendo atendimento integral com equipe multidisciplinar, que inclui fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, ortopedistas, assistentes sociais, enfermeiros, entre outros profissionais. A unidade também oferece serviços como reabilitação física, neurológica, terapias especializadas, órteses e próteses, atendimento ambulatorial e internações, além de atividades complementares como equoterapia, hidroterapia e academia terapêutica.

Segundo Eduardo Carneiro, gerente de reabilitação do Crer, a missão da unidade vai além do tratamento físico: “Trabalhamos com a reabilitação integral do paciente. Muitos chegam com fraturas, amputações e lesões neurológicas, mas também com traumas emocionais profundos. Nosso papel é proporcionar não apenas a melhora funcional, mas a retomada da autoestima e da autonomia desta pessoa. Cada paciente representa uma história de superação que envolve dedicação da equipe e, principalmente, força de vontade individual”, afirma.

Ayrton Gonçalves Faustino, 34, é uma dessas histórias. Vítima de um acidente de moto a caminho de casa, após o trabalho, ele teve a rotina completamente transformada: “Eu era muito ativo, trabalhava em dois empregos. Depois do acidente, tudo parou. Não lembro de nada, só acordei no hospital. Hoje, estou em processo de reabilitação no Crer e me sinto acolhido. Aqui aprendi que, mesmo que eu não volte a ser como antes, posso me adaptar a uma nova realidade. Eles me ajudaram a enxergar um caminho”, relata o paciente.

O motorista envolvido no acidente não possuía carteira de habilitação e não prestou assistência após o ocorrido. Ayrton, que é pai de três filhos, destaca a importância do apoio institucional e emocional oferecido pela equipe do Crer: “Se eu tivesse ficado só em casa, acho que não teria conseguido enfrentar tudo isso. Aqui eu recebo atenção, incentivo, e isso me fortalece para seguir em frente”, completa.

Durante o mês de maio, o Crer reforça as ações educativas com rodas de conversa, distribuição de materiais informativos e relatos de pacientes, com o objetivo de sensibilizar profissionais, acompanhantes e a comunidade sobre a importância da prevenção. A campanha Maio Amarelo é uma mobilização nacional que busca reduzir os índices de mortes e lesões no trânsito.

Para o Crer, que atua na ponta do cuidado com as vítimas, a conscientização da população é fundamental. “Todo acidente evitado representa uma vida preservada, uma família que não precisará enfrentar uma ruptura. Por isso, o nosso alerta é constante: respeitar as leis de trânsito, usar equipamentos de proteção e ter empatia no trânsito são atitudes que salvam vidas”, reforça Eduardo Carneiro.

Perfil dos atendimentos no Crer

Atualmente, no Crer, são acompanhados 83 pacientes em processo de reabilitação por sequelas decorrentes de acidentes de trânsito. Os dados revelam um panorama preocupante: 91% desses atendimentos ocorrem no ambulatório de terapias, onde os pacientes são acompanhados por equipes especializadas em fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia e outras áreas.

As lesões medulares representam a principal sequela entre os casos, atingindo 43% dos pacientes. Em seguida, aparecem os traumas cranioencefálicos (TCEs), com 28% de incidência. O perfil majoritário é composto por homens (71%), com faixa etária predominante entre 21 e 30 anos (32%) — justamente o grupo mais exposto a riscos no trânsito, especialmente em deslocamentos de rotina.

O meio de transporte mais comum entre as vítimas é a motocicleta, responsável por 61% dos acidentes que resultaram em processos de reabilitação no centro. Os números reforçam a urgência de campanhas educativas e de fiscalização voltadas para esse público, além da importância do uso adequado de equipamentos de proteção.