Maternidade Dona Lindu, em Manaus (AM), registra recorde de partos de baixo risco
Com 59 partos, o mês de Agosto supera os 53 registrados em Maio
O Centro de Parto Normal Intra-hospitalar (CPNI) do Instituto da Mulher Dona Lindu (IMDL), em Manaus (AM), bateu, em Agosto, o recorde de partos normais de baixo risco este ano. Foram 59 contra os 53 registrados em Maio. Os números consolidam a maternidade como referência regional em práticas de humanização no nascimento.
De acordo com a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, o Centro de Parto Normal do Instituto Dona Lindu, é um exemplo de que investir em humanização e em equipes capacitadas traz resultados concretos.
“Estamos garantindo que mais mulheres vivam o parto com segurança, acolhimento e dignidade. Esse crescimento mostra que estamos no caminho certo para transformar a experiência de nascer no Amazonas, conforme as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirmou.
A maternidade, da rede estadual de saúde, integra o Complexo Hospitalar Sul (CHS) junto com o Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, que desde dezembro do ano passado passou a ser gerenciado pela Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde (Agir).
O recorde deste mês é reflexo de uma trajetória de crescimento ao longo de 2025. No primeiro semestre, foram contabilizados 323 partos normais de baixo risco, número três vezes maior que o contabilizado no mesmo período de 2024, quando foram 106 registros.
Pela primeira vez na unidade o número de partos normais é superior às cesarianas. O parto cesáreo é uma cirurgia que, em geral, é indicada quando o parto normal apresenta riscos para a mãe, o bebê ou para ambos. A decisão é sempre tomada por um médico, considerando as condições clínicas maternas e fetais.
Existem algumas condições, segundo a Gerente Médica do IMDL, Sonia Hayashi, que levam a indicação de um parto cesárea programado, como comorbidades e complicações da gestação.
“Mesmo quando a gestante já está em trabalho de parto, pode ser necessário indicar cesariana por situações que surgem no decorrer da evolução, como parada de progressão, sofrimento fetal, picos hipertensivos, descolamentos de placenta”, afirma.
Mãe da 42ª criança nascida em agosto no CPNI do IMDL, Geovana Garrido relatou a experiência do parto da filha Alice Gabriele. “Foi demorado, mas as meninas tiveram bastante cuidado e atenção com a gente. Nota 10 para o acolhimento, a atenção, o ambiente, a tranquilidade. Foi tudo perfeito”, disse.
Mãe de um menino e outras três meninas nascidas também de parto normal, a dona de casa Juliana de Souza celebra a chegada da Maria Alice. O parto, de acordo com ela, foi rápido e sem complicações. “Foi um parto bom. Não demorou, não foi preciso induzir e ela nasceu bem rápido com o auxílio do médico. O atendimento foi perfeito”, afirmou.
Critérios para o parto normal
Um parto de baixo risco é aquele em que a gestante, a gravidez e o bebê não apresentam nenhuma condição que possa aumentar as chances de complicações durante o trabalho de parto e o nascimento. No CPNI, a equipe de enfermagem obstétrica conduz todo o manejo do pré-parto, parto e pós-parto.
A atuação, segundo a diretora assistencial do CHS, Bruna Melo, é realizada por profissionais com formação específica, baseada em evidências científicas e alinhada a normas legais e protocolos clínicos do Ministério da Saúde para conduzir e gerenciar partos sem complicações.
“Esses partos normais de baixo risco conduzidos pela enfermagem obstétrica contam sempre com a retaguarda de um médico obstetra em sobreaviso, assegurando suporte imediato em caso de intercorrências”, explicou.
O CPNI atende apenas gestantes que se enquadram em critérios específicos e que não apresentam complicações durante o pré-natal. A estrutura conta com quatro suítes privativas, com decoração temática que favorece um ambiente intimista e acolhedor, além de oferecer métodos não farmacológicos para alívio da dor, como banheira, bola de pilates, escada de Ling, cavalinho, corda para agachamento, musicoterapia e aromaterapia.
O crescimento do parto normal está diretamente ligado à confiança das gestantes e ao fortalecimento das práticas humanizadas, destaca a supervisora de enfermagem do IMDL, Jussara Maria. “As enfermeiras obstétricas estão capacitadas para tornar a mulher protagonista de seu próprio parto, aumentando a segurança e a confiança dessa mulher na equipe”, afirmou.
Mudança nos indicadores
O IMDL registra uma mudança significativa no perfil dos partos nos últimos meses. Em agosto, foram 239 partos normais contra 200 cesáreas realizadas. Segundo a supervisora Jussara Maria, esse cenário reforça as estratégias da unidade em sintonia com a política nacional de incentivo ao parto normal.
“Essa mudança reflete um esforço que vem ao encontro da meta do Ministério da Saúde de reduzir as cesáreas em 60%. Agora, precisamos monitorar esses dados e seguir implementando estratégias para manter o crescimento dos partos normais”, disse.