Depois de 30 dias no HCN, cabeleireira tem alta médica
Foram 30 dias de internação no Hospital de Enfrentamento à Covid-19 do Centro-Norte Goiano (HCN), localizado em Uruaçu, 24 deles no leito crítico (UTI), até que a cabeleireira Dulcine Rodrigues, de 57 anos, recebesse alta após ter Covid-19 e complicações por conta da doença. A alta médica, que aconteceu ontem, 12 de abril (segunda-feira), emocionou os parentes e colaboradores do hospital. Conhecida na cidade como Dulce, ela foi a segunda paciente admitida na unidade (dia 14) desde a inauguração, no dia 13 de março.
“Hoje é o melhor dia da minha vida. Deus me deu uma segunda chance, porque o vírus está aí matando as pessoas”, disse a cabeleireira. Ela conta que pela primeira vez teve medo da morte e pensou em desistir, mas que a fé e o amor à família e aos amigos a fez ter esperança. Ela ressaltou ainda que foi bem atendida e acolhida por toda equipe da unidade de saúde.
Na saída do hospital ela foi recebida pelos três irmãos: Pedro Rodrigues Calazans, Sônia Maria Rodrigues e Vera Rodrigues. A família e amigos estiveram durante os 30 dias no portão do HCN em oração pela cura da irmã. “Tivemos muita fé e a certeza de que tudo ia dar certo. Agradecemos o trabalho de todos do HCN por terem cuidado da nossa irmã”, afirmou Pedro. Na saída, familiares e amigos realizaram uma mini carreata para comemorar a alta da uruaçuense, muito conhecida na cidade.
A cabeleireira chegou em estado grave, com rebaixamento de nível de consciência, com mais de 70% do pulmão comprometido. Durante a maior parte do tempo na UTI ela esteve intubada e respirando por aparelhos. “O acometimento pulmonar causado pela covid acabou desencadeando um quadro insuficiência respiratória, que é quando o pulmão do paciente não consegue sozinho levar o oxigênio para o sangue da paciente. Esse foi o principal motivo que levou a paciente e tantos outros a serem intubados”, explica um dos médicos que a acompanhou nesse período, Arthur Moreira Caeiro.
De acordo com o médico, a paciente ficou sedada durante muitos dias até que a inflamação pulmonar causada em consequência da doença cedesse e pudessem pensar em retirar o tubo e deixar a paciente acordar e respirar por conta própria. “Felizmente a paciente conseguiu vencer essa batalha”, finaliza.