No CRER, Dia Nacional de Atenção à Disfagia alerta sobre os riscos da patologia
Intervenção educativa na unidade buscou auxiliar a população a reconhecer os sintomas, divulgar medidas de prevenção e orientar sobre tratamentos para esta condição
Com o intuito de fortalecer o cuidado centrado na pessoa, e em alusão ao Dia Nacional de Atenção à Disfagia, celebrado no dia 20 de março, o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), uma unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, realizou uma ação sensibilização e educação junto aos pacientes do hospital.
A iniciativa da equipe de fonoaudiologia da residência multiprofissional consistiu em aplicar um formulário de rastreio clínico para identificar, de modo espontâneo, qual a incidência de pessoas com sintomas da disfagia na instituição. Foram entrevistados 77 pacientes na faixa etária entre 50 a 90 anos de idade. Destes, 22 pessoas (28,5%) apresentaram dificuldades de deglutição, dificuldades para engolir.
O fonoaudiólogo do CRER, Karlos Thiago Pinheiro dos Santos, ressalta a incidência da disfagia em pacientes que não obtiveram qualquer orientação ou tratamento sobre a patologia.
Sociabilidade e diagnóstico
O processo de levar a comida ao estômago, a deglutição, é fundamental para que os indivíduos tenham boas condições biológicas, sociais e emocionais, portanto, quaisquer alterações têm de ser investigadas por um fonoaudiólogo, que é o profissional apto para realizar esta avaliação. A informação a respeito da prevenção e do diagnóstico da disfagia é essencial para que a atuação do profissional fonoaudiólogo se dê em tempo hábil para evitar agravos na saúde.
Renata Alves Ferreira, fonoaudióloga do CRER, pontua sobre como esta condição afeta a vida social das pessoas. “Comer em conjunto com familiares é um evento muito comum na vida das pessoas, pois os laços afetivos são reforçados. Conversar à mesa é um aspecto da sociabilidade. A partir do momento que a pessoa não consegue mais comer de maneira confortável, ela evita comer em público, que é quando ocorre isolamento e a possível perda de peso dessa”, explica a profissional.
A senhora Diolina da Silva Sousa, natural de Trindade-GO, participou da ação e identificou suas dificuldades no instrumento aplicado”Eu achei ótima essa conversa. Eu tenho muito dificuldade em comer, eu mastigo e não consigo engolir. Quando eu saía em excursões eu tinha muita vergonha de comer carne, porque dói quando eu engulo e eu engasgo muito. Tenho muito medo de passar vergonha”, desabafa Diolina.
Sobre a Disfagia
Considerada como sintoma de uma doença de base, a disfagia pode ser um sinal de que algo mais grave pode estar ocorrendo no corpo. É imprescindível que se busque orientação e tratamento adequado, pois esta condição pode desencadear isolamento social, problemas de fundo emocional, desnutrição entre outros agravos à saúde.
O diagnóstico é feito através da avaliação clínica e instrumental da deglutição. “Ainda que seja uma condição comum às pessoas com alguma condição neurológica, como pacientes que tenham sofrido Acidente Vascular Cerebral (AVC), também pode acometer pessoas com próteses dentárias inadequadas, perda de tônus muscular, devido à idade, uso de medicamentos que diminuem a saliva etc. Todas essas condições podem acarretar em disfagia, por isso nós fazemos esse trabalho de sensibilização’, explica Karlos.
Cuidado Centrado no Paciente
A abordagem assistencial com foco na qualidade da experiência do paciente na instituição é uma prática que permeia todo o trabalho da unidade.
Por isso, a formação de profissionais residentes do hospital os insere nos processos de decisão junto aos pacientes, os orientando a compor a comunidade do cuidado do CRER. “Este contato direto com os pacientes em ações de socialização de conhecimentos expande o entendimento dos residentes sobre o que é o atendimento em saúde, pois o cuidado assistencial deve ser sempre aprimorado e ir além do consultório”, defende Karlos.