Um toque de amor: CRER promove visita Pet à paciente internada
Animais de Assistência Emocional são comumente acionados em situações de estresse e de tensão. No âmbito terapêutico, fortalecer esses vínculos com animais de estimação dos pacientes pode promover uma ressignificação do seu processo de recuperação.
O cuidado assistencial em saúde é um trabalho que exige extensa capacidade técnica, compromisso ético e, também, muita sensibilidade. Esta combinação de habilidades é perceptível nos profissionais do Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, uma unidade da SES-GO. A equipe multiprofissional da Unidade de Terapia Intensiva, atentou-se à necessidade emocional da paciente Fátima Martins da Silva, de 66 anos de idade, em ter contato com sua cachorrinha de estimação, Priscila, e facilitaram este encontro tão esperado, em novembro do ano passado. Esta ação correspondeu a uma estratégia terapêutica em busca de fomentar uma ambiência mais afetiva e promover bem estar a pacientes internados.
Fátima ficou internada na instituição cerca de sessenta dias e, durante este período, o contato com os familiares foi realizado todas as manhãs por meio de vídeo-chamadas. Nestes momentos, a equipe multiprofissional percebeu a ansiedade da paciente ao saber notícias de sua companheira de bordado, a Priscila, uma cachorrinha que já a acompanhava há 14 anos.
A psicóloga hospitalar, que atende na UTI da instituição, Cristiane Dias de Jesus, diz que ações como esta têm como foco restabelecer conexões emocionais que podem ser aliadas ao tratamento. “Esses momentos são essenciais para a recuperação dos pacientes, porque criamos um momento de conforto e alegria. A percepção é que dona Fátima obteve uma melhora significativa no humor e se mostrou mais disposta. A paciente tinha um vínculo muito forte com o bichinho e, com esta visita, possibilitamos que ela focasse atenção em outras emoções para além do adoecimento”, explica a psicóloga.
Abordagem terapêutica
Em busca de promover uma abordagem holística na promoção da saúde, os profissionais reuniram esforços para que essa visita especial fosse possível. O Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SECIH) foi mobilizado para que se realizasse a avaliação quanto à biossegurança do encontro, realizou-se, também a investigação sobre o histórico de saúde do animal por um veterinário entre outras verificações.
A iniciativa contou com o apoio da Direção da unidade de saúde. O Diretor Técnico de Reabilitação, Ciro Bruno Silveira Costa, é um entusiasta de abordagens humanizadas na assistência: “ações como essa mostram que não há limites para a caridade humana. Mesmo diante de todas as limitações do momento, nosso time encontrou meios de tornar a batalha pela vida menos doída. É o exercido máximo da atenção, empatia e compaixão, aquilo que chamo de tríade do cuidado. Esse é o espírito do time CRER!”
De acordo com a musicoterapeuta, Elvira Alves dos Santos, que realizava sessões de musicoterapia aos pacientes da UTI, dona Fátima se comunicava por gestos e escrevia sobre seus sentimentos e impressões. Exceto nas conversas com familiares, a senhora não esboçava alegria. “Sempre que se falava o nome da cachorrinha a paciente se mostrava mais animada e era algo que ficava muito evidente nas sessões que realizávamos. Por isso tomamos essa iniciativa e a utilizamos como recurso terapêutico no tratamento da paciente”, pondera.
Roberto Martins da Silva, filho de dona Fátima, disse que desde o dia que sua mãe foi internada, a cachorrinha Priscila não se afastou do quarto de sua tutora e que ficou muito feliz com a iniciativa do hospital. “As duas são muito ligadas. Onde minha mãe ia ela ia atrás. E ela nem ficou assustada com o ambiente, até dormiu!”, brinca.